E ontem foi a primeira apresentação dos Butinitas! Pra quem não sabe, "Os Butinitas" é uma banda que possui uma mistura de rock com britpop e têm uma levada pós-punk, resumidamente definida por indie pelos organizadores.
Formada em Guarapuava pelos integrantes:
Marlon (vocalista), Guilherme (baterista), Fernando (baixista) e Paulo André (guitarrista)
E esse foi o set list:
I Wanna Be Your Dog - Iggy Pop & The Stooges;
Black Math - The White Stripes;
No Cars Go - The Arcade Fire;
Reptilia - The Strokes;
Molly's Chambers - Kings of Leon;
No Fun - Iggy Pop & The Stooges;
You Really Got Me - The Kinks;
Shadowplay - Joy Division;
Segue aqui o link da comunidade dos Butinitas no orkut:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=32758401
Agradecemos ao apoio e oportunidade das bandas Johnny Beer, Bombshell e Decalques. E também de todo público presente! Valeu!
sábado, 27 de outubro de 2007
terça-feira, 18 de setembro de 2007
RG visual.
Temos um péssimo hábito de julgar um produto pelo rótulo. Na música a idéia não é diferente. Se bem que a capa do álbum não afeta na sonoridade, mas, digamos, impulsiona. Às vezes decepciona. Digo em dois quesitos: ou a capa é suficiente interessante, porém um lixo musical ou a capa é um lixo visual, não importando o conteúdo. Porém muitos álbuns foram históricos, tanto na qualidade do som quanto na capa. Muitos também foram provocantes para a época. Muitos possuem algo por trás do que uma simples figura. Muitos te fazem economizar aquela grana. Muitos e muitos estão à espera de você, ali, na prateleira de uma loja.
domingo, 5 de agosto de 2007
domingo, 15 de julho de 2007
Quem precisa de guitarristas?
Se fosse Jack White, provavelmente iria me aposentar depois dessa pergunta. Ou talvez, aceitaria o convite dos (ex?) Greenhornes, para tocar no Raconteurs.
Esqueça tudo que você já ouviu. A banda em questão é Death From Above 1979. Nome esquisito para uma banda estranha? Veremos.
Por que diabos esse nome? E o porquê dessa data? Simplesmente porque Death From Above estava estampado num helicóptero no filme “Apocalipse Now”. Agora, 1979 seria a suposta data de nascimento de Sebastien, fato que, se não colocassem, acarretaria divergências com o selo DFA do eletronic/indie/dance LCD Soundsystem. Eis o motivo da data.
DFA 1979 é incrível. Em estúdio e principalmente ao vivo. Nunca imaginaria que somente uma bateria, um baixo e um eventual sintetizador pudesse causar tanto impacto num som eletro/indie/rock. Numa primeira impressão, parece que existe um “batalhão” por trás do duo. Mas não. A banda é composta somente por dois canadenses ávidos e bem dispostos no cenário musical.
São eles: Jesse F. Keeler (esquerda, baixo/sintetizador) e Sebastien Grainger (direita, vocal/bateria).
“Nós queremos que nossa banda pareça um elefante na sala de estar” diz Jesse. (Por isso o motivo das trompas enigmáticas que aparecem nos álbuns.) “Nós temos idéias principais para tudo.” Explica Sebastien. “Nossa música é uma expressão dessas idéias principais. Ultimamente queremos que nosso som faça as pessoas se perderem completamente.”
Tipos de bandas como White Stripes, Kills ou até mesmo Ratatat (que também são duos) me atraíam, mas DFA 1979 me cativou. Fui apresentado através de um amigo, o álbum “You’re a Woman, I’m a Machine”. Confesso que, por algumas semanas (ou até mesmo meses!) não conseguia ouvir outra banda.
A música é pesada, porém dançante. É praticamente impossível ficar parado. Jesse e Sebastien usam e abusam de seus dotes musicais e põem em pratica tudo aquilo que gostaríamos de ouvir numa danceteria, num show, num pub, e por aí vai.
O duo, inicialmente, começou a tocar em um porão, na casa de um dos integrantes. Tocavam somente estes instrumentos pelo fato de nenhum possuir guitarra. É aí que a brincadeira baixo/bateria começou a se tornar uma obsessão. Jesse fazia riffs não convencionais utilizando com muita distorção o baixo. Por que será que as bandas canadenses são as mais originais? Será pelo fato de que o Canadá possui incentivo às indústrias musicais?
Comecemos com a primeira aparição do DFA 1979. Na verdade um EP. “Heads Up”. Uma voz melancólica sussurra: “la cocaina no es buena para su salud...” Surpreendentemente a calmaria desaparece dando espaço para os ensurdecedores instrumentos tocados com maestria. Essa é a “Dead Womb”, faixa que inicia o álbum. A grande novidade desse álbum fica por conta da faixa “Do it!”, que é uma das músicas que mais me surpreenderam. E mais ainda quando ela é tocada ao vivo, preferencialmente na conclusão do mesmo, fechando o show com chave de ouro. Jesse simplesmente desempenha 3 papéis ao mesmo tempo, tocando, simultaneamente, o baixo (com uma mão só), o sintetizador e proferindo a letra distorcivamente conforme o sintetizador é pressionado. A originalidade não acaba por aí. Na música “Losing Friends” Jesse diz uma frase utilizando os captadores do baixo, sem perder o rumo. “So many things we don't say, so many things we should say.”
Agora sim, o primeiro e infelizmente o único (sem contar os materiais extras) álbum do duo. O perfeito “You’re a Woman, I’m a Machine”. Alguma crítica ao machismo é mera intencionalidade. Sirenes impulsionam a primeira faixa, levando Sebastien a destruir literalmente a bateria. A música gera uma incrível vontade de sair-correndo-pela-sala-e-quebrar-tudo-que-se-encontra-pela-frente. Essa foi a “Turn it Out”, a abertura do álbum. “Tumm tu tu tu tu tumm”. Parem tudo. Agora a música mais dançante, “Romantic Rights”. A mais famosa também. Em 2005 o videoclipe ganhou uma série de prêmios no setor musical no Canadá. A melodia é viciante. Daquelas que não saí da cabeça. Frases como: “C’mon girls, I know you know what you want”, “I don’t need you, I want you” ou então “I know you love me you don't know what you like. You're watching TV I stay up all night”. Definitivamente é a música que marca muito a banda, viradas no pop, juntamente com a distorção pesada e riffs marcantes. Ao vivo chega a ser muito melhor. As famosas paradas na bateria do Sebastien é o clímax da música. Ele saí dela. E até se joga no público cantando “comon baby I love your company...” e retorna endiabrado no instrumento. Tudo isso acompanhado com muita distorção do baixo. É o hit de maior sucesso do duo.
“Going Steady” é a seguinte. Minha predileta. Jesse troca o instrumento no meio da música e opta pelo sintetizador. E por falar em sintetizador, a próxima “Go Home, Get Down” é tocada inteiramente com sintetizador, ao invés de baixo.
Sangue em suas mãos ou no rosto do Sebastien? A “Blood On Your Hands” é outra que possui clipe.
Esse álbum é perfeito. “Black History Month” é calma. Precisamos de um tempo para recuperar a energia. Também possui clipe. “Little Girl” é outra viciante. Juntamente com a música que dá o nome ao álbum: “You’re a Woman, I’m a Machine”, que volta com toda a carga explosiva, com direito a solos de baixo realmente bem trabalhados. “Pull Out” é a mais pesada de todos os tempos. Até na letra. As simples frases: “I love my girl”, “I want to get her off”, “Turn the lights up”, “So I can see” “Turn the lights up”, “Push in!”, “Pull Out”, que seria o famoso “entra e sai” comentado naquele que está na sua lista de melhores filmes (se não, você não assistiu Laranja Mecânica).
Finalizando, “Sexy Results” é aquela música perfeita para posteriores remixes. Ela é extremamente dance. Perfeita para aquela festinha na sua casa. O álbum YAWIAM finaliza por sendo um dos álbuns TOP da minha lista. Provavelmente não seria a mesma pessoa se não ouvisse death from above. Foi a banda que abriu o leque pra muitas outras bandas que agora conheço.
Originalidade que não acaba mais. E não mesmo. É aí que entra os mais variados singles e remixes. “You’re lovely but you’ve got lots of problems” é uma música inédita que rola no álbum/remix “Romance Bloody Romance”.
Mas em meados de 2005 a banda anuncia o fim. Houve rumores após. Por exemplo: Jesse poderia ingressar como baixista no Queens Of The Stone Age (minha nossa porque não?). Mas o que aconteceu é que Jesse assume seu outro projeto, o MSTRKRFT (lê-se Mastercraft) junto com o produtor do DFA 1979.
MSTRKRFT (canto da esquerda, abaixo) não deixa morrer o espírito da antiga banda, e faz muitos remixes da banda anterior. É uma banda eletronic/dance. Jesse possui outros projetos, antes ainda do DFA 1979. Femme Fatale é uma delas.
Todos os instrumentos são gravados pelo próprio Jesse. Inclusive o vocal. É um scream/hardcore muito pesado. Pesadíssimo. Femme Fatale precisa de 7 integrantes quando tocada ao vivo, por ser extremamente confusa e rápida. E o seu terceiro Black Cat #13, que é um outro projeto, meio esquecido por Jesse.
Sebastien também possui outros rumos. Fez a Girl-on-Girl (dance) e atualmente toca como guitarrista/vocalista do Sebastien et les montagnes. Essa banda é de um estilo totalmente avesso de quando conhecíamos no Death From Above. Possui boas músicas, como “Who Do You Care For”. Mas prefiro Sebastien como baterista. Coisa que administra melhor.
Esse ano MSTRKRFT tocaria em São Paulo. Por ser extremamente fã da ex dupla, me consolaria prestigiar, mesmo que não seja Death from Above. Porém houve problemas e a atual banda não tocou. Iria adorar ver e ouvir “the looks” (música que dá nome ao álbum), “Paris” ou então “Neon Knights”.
O que me resta é deixar meus sinceros parabéns aos dois ótimos músicos canadenses, que continuem assim, fazendo o público agitar. Quem sabe um dia eles voltem a tocar juntos. E se acontecer meus caros colegas, irei pirar.
Esqueça tudo que você já ouviu. A banda em questão é Death From Above 1979. Nome esquisito para uma banda estranha? Veremos.
Por que diabos esse nome? E o porquê dessa data? Simplesmente porque Death From Above estava estampado num helicóptero no filme “Apocalipse Now”. Agora, 1979 seria a suposta data de nascimento de Sebastien, fato que, se não colocassem, acarretaria divergências com o selo DFA do eletronic/indie/dance LCD Soundsystem. Eis o motivo da data.
DFA 1979 é incrível. Em estúdio e principalmente ao vivo. Nunca imaginaria que somente uma bateria, um baixo e um eventual sintetizador pudesse causar tanto impacto num som eletro/indie/rock. Numa primeira impressão, parece que existe um “batalhão” por trás do duo. Mas não. A banda é composta somente por dois canadenses ávidos e bem dispostos no cenário musical.
São eles: Jesse F. Keeler (esquerda, baixo/sintetizador) e Sebastien Grainger (direita, vocal/bateria).
“Nós queremos que nossa banda pareça um elefante na sala de estar” diz Jesse. (Por isso o motivo das trompas enigmáticas que aparecem nos álbuns.) “Nós temos idéias principais para tudo.” Explica Sebastien. “Nossa música é uma expressão dessas idéias principais. Ultimamente queremos que nosso som faça as pessoas se perderem completamente.”
Tipos de bandas como White Stripes, Kills ou até mesmo Ratatat (que também são duos) me atraíam, mas DFA 1979 me cativou. Fui apresentado através de um amigo, o álbum “You’re a Woman, I’m a Machine”. Confesso que, por algumas semanas (ou até mesmo meses!) não conseguia ouvir outra banda.
A música é pesada, porém dançante. É praticamente impossível ficar parado. Jesse e Sebastien usam e abusam de seus dotes musicais e põem em pratica tudo aquilo que gostaríamos de ouvir numa danceteria, num show, num pub, e por aí vai.
O duo, inicialmente, começou a tocar em um porão, na casa de um dos integrantes. Tocavam somente estes instrumentos pelo fato de nenhum possuir guitarra. É aí que a brincadeira baixo/bateria começou a se tornar uma obsessão. Jesse fazia riffs não convencionais utilizando com muita distorção o baixo. Por que será que as bandas canadenses são as mais originais? Será pelo fato de que o Canadá possui incentivo às indústrias musicais?
Comecemos com a primeira aparição do DFA 1979. Na verdade um EP. “Heads Up”. Uma voz melancólica sussurra: “la cocaina no es buena para su salud...” Surpreendentemente a calmaria desaparece dando espaço para os ensurdecedores instrumentos tocados com maestria. Essa é a “Dead Womb”, faixa que inicia o álbum. A grande novidade desse álbum fica por conta da faixa “Do it!”, que é uma das músicas que mais me surpreenderam. E mais ainda quando ela é tocada ao vivo, preferencialmente na conclusão do mesmo, fechando o show com chave de ouro. Jesse simplesmente desempenha 3 papéis ao mesmo tempo, tocando, simultaneamente, o baixo (com uma mão só), o sintetizador e proferindo a letra distorcivamente conforme o sintetizador é pressionado. A originalidade não acaba por aí. Na música “Losing Friends” Jesse diz uma frase utilizando os captadores do baixo, sem perder o rumo. “So many things we don't say, so many things we should say.”
Agora sim, o primeiro e infelizmente o único (sem contar os materiais extras) álbum do duo. O perfeito “You’re a Woman, I’m a Machine”. Alguma crítica ao machismo é mera intencionalidade. Sirenes impulsionam a primeira faixa, levando Sebastien a destruir literalmente a bateria. A música gera uma incrível vontade de sair-correndo-pela-sala-e-quebrar-tudo-que-se-encontra-pela-frente. Essa foi a “Turn it Out”, a abertura do álbum. “Tumm tu tu tu tu tumm”. Parem tudo. Agora a música mais dançante, “Romantic Rights”. A mais famosa também. Em 2005 o videoclipe ganhou uma série de prêmios no setor musical no Canadá. A melodia é viciante. Daquelas que não saí da cabeça. Frases como: “C’mon girls, I know you know what you want”, “I don’t need you, I want you” ou então “I know you love me you don't know what you like. You're watching TV I stay up all night”. Definitivamente é a música que marca muito a banda, viradas no pop, juntamente com a distorção pesada e riffs marcantes. Ao vivo chega a ser muito melhor. As famosas paradas na bateria do Sebastien é o clímax da música. Ele saí dela. E até se joga no público cantando “comon baby I love your company...” e retorna endiabrado no instrumento. Tudo isso acompanhado com muita distorção do baixo. É o hit de maior sucesso do duo.
“Going Steady” é a seguinte. Minha predileta. Jesse troca o instrumento no meio da música e opta pelo sintetizador. E por falar em sintetizador, a próxima “Go Home, Get Down” é tocada inteiramente com sintetizador, ao invés de baixo.
Sangue em suas mãos ou no rosto do Sebastien? A “Blood On Your Hands” é outra que possui clipe.
Esse álbum é perfeito. “Black History Month” é calma. Precisamos de um tempo para recuperar a energia. Também possui clipe. “Little Girl” é outra viciante. Juntamente com a música que dá o nome ao álbum: “You’re a Woman, I’m a Machine”, que volta com toda a carga explosiva, com direito a solos de baixo realmente bem trabalhados. “Pull Out” é a mais pesada de todos os tempos. Até na letra. As simples frases: “I love my girl”, “I want to get her off”, “Turn the lights up”, “So I can see” “Turn the lights up”, “Push in!”, “Pull Out”, que seria o famoso “entra e sai” comentado naquele que está na sua lista de melhores filmes (se não, você não assistiu Laranja Mecânica).
Finalizando, “Sexy Results” é aquela música perfeita para posteriores remixes. Ela é extremamente dance. Perfeita para aquela festinha na sua casa. O álbum YAWIAM finaliza por sendo um dos álbuns TOP da minha lista. Provavelmente não seria a mesma pessoa se não ouvisse death from above. Foi a banda que abriu o leque pra muitas outras bandas que agora conheço.
Originalidade que não acaba mais. E não mesmo. É aí que entra os mais variados singles e remixes. “You’re lovely but you’ve got lots of problems” é uma música inédita que rola no álbum/remix “Romance Bloody Romance”.
Mas em meados de 2005 a banda anuncia o fim. Houve rumores após. Por exemplo: Jesse poderia ingressar como baixista no Queens Of The Stone Age (minha nossa porque não?). Mas o que aconteceu é que Jesse assume seu outro projeto, o MSTRKRFT (lê-se Mastercraft) junto com o produtor do DFA 1979.
MSTRKRFT (canto da esquerda, abaixo) não deixa morrer o espírito da antiga banda, e faz muitos remixes da banda anterior. É uma banda eletronic/dance. Jesse possui outros projetos, antes ainda do DFA 1979. Femme Fatale é uma delas.
Todos os instrumentos são gravados pelo próprio Jesse. Inclusive o vocal. É um scream/hardcore muito pesado. Pesadíssimo. Femme Fatale precisa de 7 integrantes quando tocada ao vivo, por ser extremamente confusa e rápida. E o seu terceiro Black Cat #13, que é um outro projeto, meio esquecido por Jesse.
Sebastien também possui outros rumos. Fez a Girl-on-Girl (dance) e atualmente toca como guitarrista/vocalista do Sebastien et les montagnes. Essa banda é de um estilo totalmente avesso de quando conhecíamos no Death From Above. Possui boas músicas, como “Who Do You Care For”. Mas prefiro Sebastien como baterista. Coisa que administra melhor.
Esse ano MSTRKRFT tocaria em São Paulo. Por ser extremamente fã da ex dupla, me consolaria prestigiar, mesmo que não seja Death from Above. Porém houve problemas e a atual banda não tocou. Iria adorar ver e ouvir “the looks” (música que dá nome ao álbum), “Paris” ou então “Neon Knights”.
O que me resta é deixar meus sinceros parabéns aos dois ótimos músicos canadenses, que continuem assim, fazendo o público agitar. Quem sabe um dia eles voltem a tocar juntos. E se acontecer meus caros colegas, irei pirar.
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Irmãos Gallagher.
quarta-feira, 16 de maio de 2007
Disparos do front da cultura pop.
"Fique perto das coisas que você ama. E leve um bastão de beisebol para o resto." O que seria isso? Um livro de auto-ajuda? Não não. Simplesmente é só mais um livro do jornalista britânico Tony Parsons.
Simplicidade é algo que passa longe de Parsons. Ele mais do que escreve. Ele transmite. Transmite exatamente aquilo que queremos ler e cultuar.
Simplicidade é algo que passa longe de Parsons. Ele mais do que escreve. Ele transmite. Transmite exatamente aquilo que queremos ler e cultuar.
"Disparos do front da cultura pop" (alguma semelhança?) tem tudo que um bom apreciador de música quer encontrar. Entrevistas, turnês, viagens, experiências de vida e até pequenas lições de moral recheiam o livro.
Tony Parsons é um sortudo. Com apenas 23 anos, viajou numa histórica turnê, que contou com bandas como: Sex Pistols, Damned, Heartbreakers e clash. E em referência a essa turnê, ele disse: "Agora preste atenção. Se os beatos hipócritas que governam nosso país banirem essa turnê da sua cidade, levante sua bunda cansada e vá para a cidade próxima, ou talvez nem tão próxima, até a chance de conferir os shows. Porque, se você perder essa chance, duvido muito que tenha outra oportunidade de ver uma turnê como essa de novo. E se você não for, tudo o que posso dizer é que você é um idiota". Essa frase é tão motivadora que me faz parecer um.
O livro é dividido em cinco capítulos: Música, Amor & Sexo, Polêmicas, Viagens e Cultura.
No primeiro capítulo Música, Parsons relata: "Este não é simplesmente o melhor show que já vi na vida, é muito mais que isso. É como você ver a sua vida inteira passar por você e, em vez de morrer, você está dançando". Referindo-se ao show do Bruce Springsteen, em Nova York, 1978. Fora Bruce, Parsons traz entrevistas com David Bowie, George Michael, Brett
Anderson, Morrissey, Wendy Cobain (mãe do falecido Kurt Cobain), Johnny Cash, John Lydon (Johnny Rotten), fora as diversas citações musicais presentes no livro.
Anderson, Morrissey, Wendy Cobain (mãe do falecido Kurt Cobain), Johnny Cash, John Lydon (Johnny Rotten), fora as diversas citações musicais presentes no livro.
"Como uma garota do rock apaga as luzes depois do sexo? Ela fecha a porta do carro!" Agora podemos ter uma idéia deste segundo capítulo Amor & Sexo. Parsons comenta sobre o compromisso. Ele diz que uma mulher pode perdoar qualquer coisa, menos a falta de compromisso ("Uma mulher pode perdoar quase tudo do homem que ama. Ela perdoa a infidelidade, a bebedeira e a ejaculação precoce - apesar de provavelmente não perdoar tudo na mesma noite. Ela vai perdoar se ele dormir imediatamente após o sexo. Ela vai perdoar se ele dormir imediatamente antes do sexo. Mas a única coisa que uma mulher nunca vai perdoar num homem é a falta de compromisso"). Esculacha pseudo-feministas, acaba dizendo que: "O romance torna a vida mais doce, mas mais difícil também", e outras "bombas" que só ele transmite daquele jeito irônico e único.
No capítulo Polêmica, Parsons usou e abusou (algumas vezes exagerou) da sua ironia. Um exemplo é o texto "A Selva Tatuada", que diz respeito à classe média operária britânica, alegando que eles podem ser identificados como hooligans, beberrões e mal-encarados. Exagero?
Parsons visitou muitos lugares. Desde maravilhosos países de dar inveja, à pobreza propriamente dita de uns. E é nessa parte que se encaixa o quarto capítulo Viagens. Um capítulo que pode agradar uns e desagradar outros, mas nada que seje relevante.
Por fim vem o último capítulo Cultura. Várias citações, dentre elas o fenomenal "Laranja Mecânica" ganha espaço aqui. Tony Parsons com certeza é um jornalista muito influente, e como ele próprio descreve em seu livro: "O fim dos anos 70 era a época ideal para se trabalhar num semanário de música. [...] Era um lugar excelente para um jovem jornalista aprender a profissão porque parecia que todos os jovens do país que conseguiam ler sem mover os lábios compravam o jornal. Fiquei três anos no NME e todos os dias eu entrava na redação com um arrepio de excitação, imaginando o que ia acontecer. [...] Comecei na música e para alguém da minha geração sortuda – bebê quando Elvis vestia 38, criança durante a Beatlemania, adolescente quando Bowie começou a fazer sucesso, jovem durante o movimento punk – a música sempre vai ser importante. Nasci na época certa."
segunda-feira, 7 de maio de 2007
Criativo, Inteligente e Original.
Depois que tive a oportunidade de conhecer os filmes do cineasta britânico Guy Stuart Ritchie, é que pude compreender como é bom doar um pouco do nosso tempo para poder apreciar um bom filme.
Há alguns anos atrás, fui apresentado ao segundo longa dele, "Snatch - Porcos e Diamantes". Fiquei totalmente impressionado com a genialidade da história, da perfeição das imagens e da inteligência das falas, que são aspectos marcantes do diretor.
Seu primeiro filme e segundo que assisti, "Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes" exibe todos os aspectos citados por mim, adicionado com altas doses de um estilo gangster diferente, nunca jamais visto nos cinemas.
Guy Ritchie é conhecido por implementar diversas "gags" em seus filmes, ou seja, inúmeras palhaçadas caracterizadas por situações inesperadas e cômicas. É um estilo muito presente em seus filmes.
Ontem de madrugada assisti "Revolver", o quarto longa. Ainda não vi o "fracassado" terceiro, "Destino Insólito", um filme ítalo-inglês refilmado que não foi bem repercutido nos EUA e nem chegou a ser lançado na Grã-Bretanha. Triste.
Guy é conhecido como "o queridinho diretor britânico", mas parece que essa denominação está desaparecendo. Não sei o porquê. Acusam-no de pretensioso em relação à "Revolver". Está certo que fugiu um pouco dos padrões estipulados do estilo "ritchienesco". Mas a essência de Guy continua. E como! "Revolver" é um filme que exige altamente a inteligência. São perceptíveis as influências de outros filmes como: "Kill Bill-Vol.1", "Cidade dos Sonhos" e "Clube da Luta". Isso o torna um diretor sem criatividade? Não necessariamente.
"Revolver" é um excelente filme. Porém recebeu muitas críticas negativas. Confuso, copião e desestruturado. Esses foram os argumentos mais utilizados. É um filme complexo, nada mais. Recheados de maravilhosas cenas dignas de um bom desempenho dos atores e da produção, ótimas falas extraídas historicamente (por exemplo: "O maior dos inimigos está escondido onde menos se possa imaginar. "Júlio César 75 a.C.), lances psicológicos... e por aí vai.
É bom saber que Guy evoluiu, mas tomare que ele não deixe totalmente de lado o seu lado humorista de representar filmes. Aliás, seu curta, "Star" de um comercial da BMW (estrelando sua esposa Madonna) está bem engraçado. Guy Ritchie sem dúvida se enquadra no quesito, criativo, inteligente e original. Vale a pena conferir.
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